Seca impede a navegação em trechos de rios da Ilha do Bananal e afeta a vida nas comunidades indígenas

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Segundo especialista, a cada ano a recuperação nos níveis das águas é menor. Entre as causas estão o desmatamento e outros impactos no meio ambiente. Nas alturas é possível ver a dimensão da seca na Ilha do Bananal
TV Anhanguera/Reprodução
Na mesma intensidade que as chuvas castigaram o Tocantins no início do ano, a estiagem trouxe diversos problemas. Na Ilha do Bananal, a baixa nos rios é um desses problemas e afetou não só a navegação, mas também aumentou a dificuldade no dia a dia de quem precisa dos rios, como é o caso dos moradores de aldeias indígenas.
Na maior ilha de água doce do planeta, os barcos e balsas não podem passar temporariamente por causa do baixo nível da água. No Rio Araguaia, em alguns pontos é possível atravessar de uma ponta a outra andando. Isso ocorre em trecho que passa por Formoso do Araguaia.
“Cada ano é mais preocupante, porque o rio a cada dia que passa, a cada ano, a água vem diminuindo. Esquenta, o peixe fica mais difícil”, disse o cacique da aldeia Txurui Cleiton Javaé.
Criança indígena consegue andar no meio do rio
TV Anhanguera/Reprodução
A seca atingiu a região de forma tão intensa que espécies de peixes chegaram a ficar represadas em poças. Brigadistas indígenas, que nessa época atuam geralmente no combate a incêndios, outro problema recorrente do período de estiagem, desviaram o foco para salvar esses animais.
Eles precisaram colocar os animais na carroceria de uma picape, que estava forrada com uma lona e cheia de água. Havia filhotes de pirarucu, que foram levados para um ponto com mais água.
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Recuperação lenta a cada ano
Nos últimos 40 anos, as medições nos níveis de água dos rios da região mostram que a cada temporada de chuvas, como a que começa neste mês de outubro no Tocantins, a recuperação é menor.
“O que nós estamos observando hoje na ilha do bananal é um acúmulo de vários impactos. Impactos locais que vão de irrigação aumento de pivôs, adensamento humano e poços artesianos. Principalmente desmatamento, compactação do solo e perda de infiltração da água nesse solo. Assim como eventos a nível regionais ou globais como o regime de chuvas”, explicou o pesquisador da Universidade de Brasília, Ludgero Vieira.
“A gente mora na maior ilha fluvial do mundo que corre o risco de deixar de ser ilha porque está praticamente cortando em vários pontos”, lamentou o cacique Cleiton Javaé.
Brigadistas resgatam filhotes de pirarucu que ficaram presos em poças
Reprodução
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Fonte: G1 Tocantins