Paciente que aguarda cirurgia é confundido no HGP e toma remédio errado; conduta de profissionais é investigada

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Marcos André Pacheco ficou internado por 10 dias no Hospital Geral de Palmas enquanto aguardava a realização de uma cirurgia até descobrir que seu nome não estava na lista de espera. Outro paciente de Ponte Alta do Tocantins relata dificuldade no atendimento. Paciente foi confundido no HGP e tomou medicamento errado
Reprodução/TV Anhanguera
Um paciente que aguarda cirurgia no Hospital Geral de Palmas (HGP) diz que foi confundido com outra pessoa e tomou um medicamento errado. O autônomo Marcos André Pacheco chegou a ser internado por 10 dias enquanto aguardava a realização de uma cirurgia no ombro, mas descobriu que seu nome não estava na lista de espera. A Secretaria Estadual de Saúde diz que investiga o caso. (Veja o vídeo abaixo)
O homem precisa de uma cirurgia no ombro porque rompeu um ligamento e a clavícula se deslocou. Ele já tinha sido informado que estava na lista de espera para a realização do procedimento, mas descobriu que os profissionais de saúde erraram.
“Quando fui verificar, vi com a coordenadora da ortopedia e a mesma falou que eu não estava na lista, me mostrou a lista. Só então que ela colocou meu nome para ficar como suplente da cirurgia”, disse.
Além disso, Marcos foi confundido com um paciente com o mesmo nome e tomou uma medicação que não era para ele.
“Uma enfermeira me chamou pelo nome, me aplicou uma injeção e me levou para fazer um procedimento, um exame, uma tomografia. Quando chegou lá a gente acabou não fazendo porque estava reservado para outro dia. Mas no outro dia a gente descobriu que não era eu o paciente. Eles aplicaram em mim um remédio que não era para mim”, disse Marcos.
Pacientes reclamam de atendimento em hospitais públicos do Tocantins
O homem que não tem condições de pagar procedimentos particulares foi para casa sem o atendimento que precisava e sem saber quando fará o procedimento necessário.
“Fico pensando se fosse um medicamento específico que pudesse me fazer mal de verdade. Eu estou sendo lesado. Saí de lá porque achei uma falta de respeito muito grande. A gente que depende do Estado e não tem condição de pagar um médico”, disse.
A SES informou que ele teve alta a pedido e sobre a conduta durante atendimento disse que “abrirá processo administrativo de investigação e tomará as medidas legais cabíveis”. Leia a nota abaixo na íntegra sobre esse e outro caso.
Paciente em peregrinação
Romildo Coelho, morador de Ponte Alta, também enfrentou problemas ao procurar atendimento médico pelo no Sistema Único de Saúde (SUS). Há mais de duas semanas dias ele faz uma peregrinação em busca de atendimento. Ele está com suspeita de insuficiência renal. Uma prima do paciente conta que primeiro ele foi encaminhado para o hospital de Porto Nacional.
“Chegou lá ele não foi atendido. O médico avaliou e disse que ele estava de alta para voltar para Ponte Alta”, disse a técnica de enfermagem Maria Aparecida Bispo.
Sem melhorar, ele procurou atendimento em um UPA e no Hospital Geral de Palmas. “Levei ele na UPA Norte e ele não foi atendido da maneira que eu esperava. Ele passou pela triagem, depois passou pelo médico simplesmente disse que os sinais vitais estavam ok e que ele não ia me dar encaminhamento para o HGP [Hospital Geral de Palmas]”.
Mesmo assim, sem melhorar, o homem foi ao hospital, mas na unidade teve o atendimento negado. “Chegamos aqui e a médica falou o seguinte: ele não tem encaminhamento e não tem como a gente atender. Vocês precisam voltar para a UPA”.
O homem voltou para Porto Nacional e não recebeu diagnóstico. “Fomos para casa porque já estávamos desgastados. Já tem mais de 16 dias e a gente não tem um exame concreto do que está acontecendo”.
O advogado Bruno Noguti, que é especialista em saúde pública, explica que os pacientes que se sentirem lesados podem procurar ajuda jurídica. “Existe a possibilidade de você solicitar o prontuário médico que é disponível e vai ter as informações referentes ao tratamento realizado na unidade. Além disso é extremamente importante ter informações referentes a testemunhas que, porventura, verificaram o que está sendo relatado, como essa má prestação do atendimento ou a até mesmo a recusa”.
O que diz a Secretaria de Saúde
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que não consta na fila da Central Estadual de Regulação, solicitação de cirurgia para o senhor M. A. P. P e conforme este veículo relata, o mesmo teve alta a pedido, do Hospital Geral de Palmas (HGP). Quanto à conduta dispensada a ele, na unidade hospitalar, a Secretaria abrirá processo administrativo de investigação e tomará as medidas legais cabíveis.
A SES-TO esclarece ainda que o senhor R. C. S., foi admitido no pronto socorro adulto do HGP, na manhã desta quarta-feira, 02 e segue recebendo todos os cuidados necessários para o seu quadro clínico.
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Fonte: G1 Tocantins